Enchentes ... e eu com isso?

Nesse início de ano, as notícias sobre as enchentes e as tragédias que as envolveram correram o mundo todo. Despero, mortes, resgates, tristeza, emoção, perdas e solidariedade foram as cenas que mais vimos nos noticiários.

Ao analisar friamente percebemos que há uma certa tendência de sempre nos colocarmos como vítimas diante da tragédia e esquecemos que muitas vezes são nossas próprias ações que as provocaram.
Na Palavra de Deus em Gênesis 1:9-12 diz que no princípio Deus criou os ceus e a terra, e separou a parte seca das águas. Genesis 2:4-6 diz que o Senhor fazia brotar água do solo irrigando a terra e mais a frente no versículo 10, menciona um rio. E Deus havia visto que tudo era bom e deu as pessoas o dever de cuidar do que havia criado. Porém nós, por ganância pecamos, mas será que hoje é diferente?
Por ganância desmatamos e ocupamos Áreas de Preservação Permanentes dispostas pelo Código florestal como as beiras de rios que são erodidos diminuindo sua capacidade de vazão, além disso épocas de cheias em que os rios de planícies naturalmente ocupam as áreas de várzeas ocasionam enchentes em edificações que estiverem nessas áreas. Desmatamos e ocupamos topos de morro e encostas com declividades maiores que 45°, ficando suscetíveis a desmoronamentos e ainda ocupamos beira de represas poluindo e comprometendo a qualidade da água para abastecimento da população. Essas áreas foram escolhidas como áreas de preservação permanentes pois exercem funções ambientais que são essenciais a vida!
Ao desmatar e ocupar áreas indevidas, perde-se essas funções ambientais e todos os tipos de desastres decorrentes desse desequilíbrio começam a surgir. Há ainda de se observar que os mais atingidos nesses casos são as pessoas que se encontram em maior vulnerabilidade social. São elas as primeiras a serem atingidas pelas consequências de nossa ganância e irresponsabilidade. Pois para aumentar produtividade a fim de enriquecer proprietários de grandes latifundios, essas são subornadas a vender suas terras e procuram outros lugares para viver. Geralmente grandes metrópoles a procura de oportunidades e passam a se sujeitar a ocupar os “espaços livres”. Neste sentido é de responsabilidade do governo zelar por essas pessoas por meio de políticas públicas extendendo as devidas oportunidades e mínimas condições de vida.
Incrível pensar a que ponto chegamos. Aquilo que Deus havia visto que em seu equilíbrio natural havia ficado muito bom, hoje a as áreas que deveriam cumprir um importante equilíbrio ambiental, converteram-se no oposto: áreas de risco.
É hora de paramos de nos olhar como vítimas e tomar posturas diferentes diante dessa situação, afinal somos mordomos responsáveis pela criação. Precisamos zelar pela vida, afinal isso é santidade. Cabe a nós atender aos mais vulneráveis socialmente, cobrar de nossos governantes posturas corretas, recuperar as funções ambientais das áreas de preservação e não ficar passivos diante do que acontece.
E aí vamos Reagir?

Post por Larissa Nakano