Sem reciclagem, Brasil descarta 4,7 bi de garrafas PET na natureza

Utilizadas principalmente por indústrias de refrigerantes e sucos, as garrafas PETs movimentam hoje um mercado que produz cerca de 9 bilhões de unidades anualmente só no Brasil, das quais 53% não são reaproveitadas. Com isso, cerca de 4,7 bilhões de unidades por ano são descartadas na natureza, contaminando rios, indo para lixões ou mesmo espalhadas por terrenos vazios. Entre 1995 e 2005, a produção de PET, o plástico politereftalato de etila, para a fabricação de garrafas subiu de 120 mil toneladas para cerca de 374 mil toneladas, alavancada principalmente pela indústria de refrigerante.
Agora, o que tem despertado a preocupação de ambientalistas e autoridades ligadas ao setor é o interesse crescente de fabricantes de cerveja por esse tipo de embalagem. Duas pequenas empresas já usam o produto para comercializar chope em São Paulo, e uma terceira, em Recife, está testando resina plástica para embalagem de cerveja.
Além do problema com o descarte das unidades na natureza, especialistas chamam a atenção para o fato de hoje não haver responsabilidade jurídica sobre a destinação do material por parte de quem fabrica ou consome PETs. Diferentemente do que acontece com latas de alumínio, que pela reciclagem voltam a ser latinhas, PET não pode ser transformado novamente em garrafa.
A alternativa que vem sendo encontrada pela indústria da reciclagem é a utilização do PET reciclado pós consumo para aplicações distintas, como por exemplo, vassouras, roupas, utensílios domésticos, bolsas, tapetes e, mais recentemente, cartões magnéticos.


Fonte: Revista Meio Ambiente

Ministra lança campanha por consumo consciente de embalagens

Ana Luiza Zenker*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Evitar usar embalagens desnecessárias, usar sacolas retornáveis ou biodegradáveis nas compras de supermercado, reaproveitar e reciclar. Estas são algumas das propostas da campanha Consumo Consciente de Embalagem – a Escolha é Sua, o Planeta é Nosso, lançada hoje (11/03) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

De acordo com a ministra, o objetivo é conscientizar e incentivar a população a buscar embalagens alternativas, que não causem dano ao meio ambiente, “sempre na lógica de que você pode reaproveitar, pode reusar essas embalagens e, em último caso, você tem que reciclá-las”. Além da conscientização, Marina Silva destacou a importância de políticas públicas que tratem de forma estrutural a questão dos resíduos, sempre no sentido de diminuir a sua produção. “Um passo à frente que nós daremos é voltado para o ecodesign, onde já se vai pensar a embalagem sem desperdício de material”, afirmou.Outro exemplo de como evitar resíduos é diminuir o uso de sacolas plásticas, comuns nos supermercados.

Em substituição, além das sacolas que não são descartáveis, a ministra citou as sacolas de plástico biodegradável, que podem ser utilizadas nas lixeiras domésticas. “Junto com a decomposição do lixo orgânico, a sacola também se decompõe", lembrou.Marina Silva disse acreditar que já está em curso uma mudança na cultura dos consumidores, para que eles adotem o consumo consciente: "Eles procuram traduzir em atitude aquilo que manifestam em palavras e, quando os fornecedores aportam o produto que vai ao encontro das suas necessidades ambientais e das suas possibilidades financeiras, eles praticamente estão prontos.”Exemplos de atitudes conscientes no consumo de embalagens podem ser encontrados na exposição Boas Práticas e Inovações em Embalagens, que marca o lançamento da campanha, no shopping Pátio Brasil, em Brasília. O aposentado José Nery esteve no local e aprovou a iniciativa: "Há muito tempo precisávamos de campanhas como essa. Já estamos sofrendo as conseqüências pela falta de conscientização da população. Pelo menos meus filhos e netos poderão viver em um mundo consciente e limpo. "A exposição segue até sexta-feira (15) e segundo Fernanda Daltro, do Departamento de Economia e Meio Ambiente do ministério, "tudo depende de uma mudança de hábito – consumidores podem usar sacolas próprias e até mesmo caixas para levar as compras, o que provocaria uma mudança no mercado e no meio ambiente".
Mais informações sobre a iniciativa podem ser encontradas no endereço eletrônico www.mma.gov.br/consumosustentavel.